segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Cliente do Mês: Álvaro Musa



Cliente do Mês

Essa iniciativa tem o objetivo de praticar o nosso slogan: “Servindo em espaços que nutrem relações”. Caso queira participar, envie um e-mail para: ekoacafe@ekoacafe.com.br

Me chamam de: Alvaro Musa (Alvaro Osorio Longo Musa dos Santos). 

Me realizo quando: crio algo novo, desde um processo de trabalho até uma escultura, ou um novo negócio, ou quando tenho sucesso na mediação de um conflito, ou quando ajudo alguém a encontrar uma resposta para alguma questão de vida profissional ou pessoal (esta separação é um artificio, quero fazer uma ponte entre as duas).

Gosto de: Cinema, leitura de obras principalmente voltadas ao desenvolvimento espiritual (“Um novo mundo: despertando para o proposito de sua vida” (Eckhardt Tolle); “From suffering to joy” (Prem Baba); à Filosofia (Rudolf Steiner); ao entendimento do processo econômico, e do papel do dinheiro e dos bancos na Sociedade; ao encontro de soluções mais associativas, mais cooperativas no processo econômico e financeiro. Mas, também policiais, mistério. Literatura moderna: “A sombra do vento” (Carlos Zafron); Guimarães Rosa. Música, principalmente jazz, new age, clássicos (ouvir, pois sou incompetente para tocar ou cantar...).

Nutrir relações para mim é: Uma oportunidade de fazer trocas em que todos ganham: ideias, experiências, sonhos, expectativas...carinho...elogios e críticas construtivas... em resumo: Amor.

Frequento a Ekoa porque: gosto do astral do lugar, que vem das pessoas que o frequentam e que o dirigem;  as pessoas que frequentam vêm pelo astral do lugar...um circulo virtuoso.

Geralmente venho a Ekoa: principalmente para encontrar amigos que compartilham minha atual formação em coaching. Pretendo aproveitar no futuro para exercer a nova profissão (coaching), que tem tudo a ver com o lugar, pois se trata em essência de nutrir relações.

Minha dica na Ekoa: suco coroado; qualquer comida (todas deliciosas); chás.

Contacte-me: alvaro.musa17@gmail.com; Linkedin: alvaro musa dos santos. Fac ebook: idem. 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Gentilezas por São Paulo


Mais água no feijão

O papa Francisco encaixou com felicidade a expressão "mais água no feijão" no pronunciamento feito na Varginha, Rio de Janeiro. Ele falava aos jovens do mundo todo e 
tomou emprestado o jargão brasileiro para pedir mais solidariedade. Maior acolhimento ao outro. Valia para todos. O exemplo vinha de um jeito brasileiro.




Fora do Brasil, praticamente em todo lugar, os estrangeiros nos admiram pela alegria e leveza. Embora saibam das muitas carências que ainda temos, eles mostram contentamento por estarmos melhorando nosso padrão de vida. Creem que o Brasil seja um dos últimos bastiões de uma vida com calor humano.

Somos uma espécie de esperança nesse sentido. Leon Bonaventure, belga, psicanalista formado na Sorbonne, Paris, vivendo há décadas por aqui e conhecedor de todas as mazelas que nos contemplam, garante que o Brasil ainda é um dos melhores lugares para se viver, por conta desse vínculo afetivo que gera um padrão de vida que se opõe ao "cada um por si", que é marca no mundo.

Em Nova York, de motoristas de táxis a gerentes de estabelecimentos, de forma quase unânime, o Brasil é destacado como contraponto à solidão e a uma vida exclusivamente voltada para ganhar dinheiro e consumir. Em movimento constante e sem solidariedade. Doído, apesar da satisfação material.

Campanha "Mais calor, por favor", em Pinheiros
Campanha "Mais calor, por favor", em Pinheiros

Nós, o Brasil, os brasileiros, damos pouco valor a um bem que o mundo inveja. E que, apesar de intangível, tem valor imenso. Aplicamos pouco essa qualidade diferenciada.

O maior desafio a essa aplicação é a vida nas grandes cidades. Nossas pequenas cidades têm isso de sobra. É a solidariedade que torna a vida mais agradável nesses lugares. E, muitas vezes, o que a faz suportável nos lugares mais pobres.

As metrópoles não sabem como fazê-lo. Em vez de utilizarem essa característica brasileira para amenizarem conflitos e carências urbanas, "mais água no feijão" fica relegada a ações isoladas entre amigos e pequenos grupos, como uma ilha ou tábua de salvação diante dos desgastes cotidianos.

Viver em cidades grandes traz a vantagem de mais oportunidades de emprego e renda. Para isso as pessoas se juntam. Por conta desse aglomerado, surge uma vida mais rica em lazer e cultura. A contrapartida é que quanto mais gente procurando ganhar a vida, mais conflitos, mais limitações de mobilidade, mais escassez de tempo. E isso torna a vida mais corrosiva.

Com o brutal avanço da tecnologia, as pessoas se conectam mais aos seus aparelhos e ignoram as outras. Em Nova York, existe um batalhão de pessoas andando com olhar vago e monologando diante de celulares. Desconectadas do entorno. Passam pela praça sem olhar.

Não enxergam os outros.

Em São Paulo está ficando assim. Só que não temos essa vocação do "cada um por si".

Existem algumas iniciativas, mas são poucas e isoladas.


Como a do "Café Compartilhado", realizada no Ekoa Café, localizado na Vila Madalena. A ideia é simples: pagar um café para um desconhecido ou aceitar um café já pago por uma outra pessoa. E também a ação "Mais calor, por favor" de alguns funcionários de um escritório na região de Pinheiros que penduraram 20 ganchos em um tapume de uma obra vizinha. Os ganchos servem de cabides para que qualquer pessoa deixe ou retire uma roupa de inverno do local. O objetivo é ajudar os moradores de rua durante os períodos de frio.
Enquanto o papa encontra em nosso modo de ser um exemplo para o que deseja para o mundo: mais proximidade entre as pessoas, uma Igreja que encontre as ruas, desperdiçamos esse imenso capital.
Ter a proposta de uma cidade que estimule a solidariedade, além de mitigar muito nossos desconfortos, seria um exemplo de como ter qualidade de vida em um mundo das grandes aglomerações que tende à hostilidade.
A bicicleta, a calçada, a caminhada, pequenas praças e tantas coisas simples representam exatamente isso: a possibilidade de viver melhor em cidades grandes. Como São Paulo.
Aplicar a simplicidade é difícil. Mas está ao alcance. É uma decisão política.

José Luiz Portella Pereira, 60, é engenheiro civil especializado em gerenciamento de projetos, orçamento público, transportes e tráfego. Foi secretário-executivo dos Ministérios do Esporte e dos Transportes, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos e de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo e presidente da Fundação de Assistência ao Estudante. Formulou e implantou o Programa Alfabetização Solidária e implantou o 1º Programa Universidade Solidária. Escreve às quintas-feiras.